Quem sou eu

Alguém que prefere usar as palavras à usar as pessoas.

quinta-feira, junho 29, 2006

Meu avesso

Voce me conhece?
Ou conhece o que eu te mostro de mim?
você conhece minha alegria, minha euforia
que na verdade é só uma tentativa de esconder minha angustia
conhece minha maturidade
que é apenas minha infantilidade maquiada
com salto
e vestida de gala
Acredita que eu quero estar longe por eu sempre ter escolhido ir embora
E não entende que eu fujo por não suportar essa meia proximidade
e essa meia distância
acredita que sou totalmente diferente das que te amam
de forma louca e desesperada
te amam entre gritos e cobranças
e não entende que essa liberdade que eu te proporciono
é só por um fio de esperança que você mesmo se prenda em mim
eu me mostro do avesso pra você
pra ter sua admiração
quem sabe um dia vire amor
quem sabe um dia tua paz que tanto me desespera
vire o desespero que vai me preencher
e o teu controle que tanto me irrita
provoque uma explosão de desejo e necessidade
e talvez nesse dia do teu furor desesperado
eu vá sentir tuas mãos me puxando sem que eu espere
de forma brusca e sem cuidado
me leve pra ficar ao teu lado sem me perguntar ao menos se eu quero
e me dará o beijo de boa noite
que devolverá minha sobriedade
e a minha calma.

Quem sabe?

sexta-feira, junho 23, 2006

Retrospectiva 22

Digamos que não subi, nem desci, não cresci, nem diminui, não progredi nem retrocedi. Apenas caminhei...


Saldo:

- Uma nova amiga.
- Dois novos quilos.
- Uma formatura com muitas lágrimas por parte da minha mãe e um suspiro de alívio da minha parte.
- Dois semestres inúteis avançados no inglês.
- Uma experiência de ser pega cagando pelo subchefe.
- Menos um noivo.
- Duas noites românticas com a melhor amiga.
- Uma experiência de ser dedada pelo orkut.
- Um reencontro inesperado com um ex-amor meio quase atual oriundo dessa dedada.
- 456 e-mails recebidos.
- 254 e-mails enviados.
- Comecei a bendita da ginástica.
- Mais duas amigas desempregadas.
- Mais três lanches do MC-Donalds.

Obs.: Esse último número tende a subir em 1000% se eu continuar andando com a Paloma.

Agradeço aos meus companheiros e companheiras de guerra por terem:

Escutado minhas abobrinhas, enxugado minhas lágrimas, aturado minhas fossas, me acompanhado nas gargalhadas, atendido meus telefonemas, lido os meus e-mails, rido das minhas piadas sem graças, dormido ao meu lado sem reclamar do meu ronco, escrito vários e-mails para a minha pessoa, orado por mim, mandado vários currículos para preencher a minha vaga, terem dito que eu estava linda quando o meu espelho teimava em dizer o contrário, ficado mais de 2 horas no ponto só pra pegar o ônibus comigo, me emprestado dinheiro pra passagem, terem me indicado um livro, comprado um livro pra eu pagar depois, colocado o meu nome nos trabalhos, terem respondido a chamada quando eu faltei, terem feito a prova por mim, passado o dia todo escolhendo roupa comigo, não ter reclamado quando eu ficava apressando todo mundo, não reclamar quando eu precisava chegar em casa as 23:00, terem ido me levar até em casa, e quando eu me sentia com mil dívidas terem apenas respondido: Amigo é pra essas coisas...
E principalmente, mais muito principalmente, por existirem e participarem da minha vida.
Eu amo muito vocês! Brigadão!

quarta-feira, junho 21, 2006

Eu tenho uma banda!

Não, não é o que você está pensando. Eu não descobri a minha parte pop e vou sair por aí cantando e pulando feito a Britney Spears.
Eu estou falando do meu primeiro beijo!
Isso mesmo, aquela experiência marcante, desastrosa e ao mesmo tempo mágica de beijar alguém pela primeira vez.
Um belo dia, noauge da minha adolescência, estava eu frente a frente com o amigo do meu irmão, para quem eu acabava de ser apresentada oficialmente pelo amigo, do amigo do meu irmão, após meses de paixão platônica e trocas de olhares infindáveis. (Infindáveis mesmo, visto que ele é o único ser que consegue olhar por horas à finco, sem ao menos mover o rosto ou piscar). Mas apesar de eu acabar de ter sido apresentada, estava me sentindo num palco encenando um monólogo. Tudo o que eu falava, sobre qualquer assunto, a única coisa que eu obtia como resposta, eram breves movimentos com a cabeça, vezes de cima pra baixo, vezes de um lado para o outro.
Por momentos achei que eu estava sendo pouco interessante, mas como mesmo eu permanecendo muda, o fulano continuava ali sentado ao meu lado, presumi que o problema não estava bem em mim.
Decidi então partir para a parte prática. Finalmente os meus longos meses de treinos em barras de chocolates e bandas de laranja, me seriam úteis. E devem ter sido mesmo, pois o ato não foi ruim pra mim, e nem o fulano reclamou.
Porém, mesmo tendo sido um bom beijo, foi o único com o fulano. Afinal de contas uma bicho-do-mato não tinha muito futuro com um semi-mudo.
Anos mais tarde eu fui descobrir que ele não era tão mudo assim. Fiquei sabendo que certa noite, meu irmão e os amigos dele, inclusive o fulano, foram a um baile juntos. A certa altura da noite, o fulano ficou muito empolgado com uma moça, tão empolgado, mais tão empolgado que resolveu “chegar nela”. Digamos que eles passaram uns 30 minutos conversando até que a “moça” escapou dele e foi pedir socorro aos amigos.
_ Gente, por caridade, tirem aquele rapaz de perto de mim. Faz meia hora que ele está ao meu lado repetindo: Eu tenho uma banda! Eu tenho uma banda! Eu tenho uma banda!
Apesar da minha compaixão pela dificuldade de comunicação do fulano, eu quase morri de rir.
Agora, passado dez anos do fato e muito tempo sem vê-lo, eis que ele me encontrou no orkut. E eis que ele deixou um scrapp. Com palavras escritas, acreditem!
Por um momento eu pensei...
Nossa que progresso! Ele escreve pelo menos. Isso é um sinal de que ele pensa!
Bom, ele teve sua participação importante em minha vida, logo foi adicionado, e logo, eu entrei no “profile” para ver sua apresentação pessoal.
E estava lá, escrito em letras garrafais:

“EU TENHO UMA BANDA!”

segunda-feira, junho 19, 2006

Reciprocidade

Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor
Oh, a mulher amada é como a fonte!
A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido

Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?

Pelo trigo a nascer nas campinas de sol
a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas
e rostos transfigurados...

Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias
Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.

(Vinícius de Moraes)

Quando li esse poema, inevitalvemente lembrei do Livro Bíblico, Cânticos*

...Por detrás do teu véu,
Os teus olhos são como pombas!
Teus dentes são como um rebanho de ovelhas tosquiadas que sobem do banho
Teus lábios são como fios de púrpura
E graciosa é tua boca!
Tua me fazes delirar, minha irmã, minha esposa,
Tu me fazes delirar com um só dos teus olhares,
Com um só colar de teu pescoço!...

(Cânticos, 4; 1,2,3,9 – Os encantos da Esposa)

Até então esse era o único lugar que eu havia lido poemas líricos a respeito do amor correspondido.
Isto, porque a maioria dos líricos escrevem nos momentos de tristeza ou decepção amorosa. Por este fato, há quem diga que os melhores poetas são os que sofrem.
Mas os casos acima demonstram que há exceções. O livro dos Cânticos é inteiro uma declaração de amor mútuo do rei Salomão e sua esposa. Já Vinicius, quando diz “mas quem é essa...que tem olhos, dedos, lábios, dentro da forma inexistente.” Ele mostra que ela não é apenas sonho, mas é uma realidade dentro do abstrato (amor).

Mas quem gosta da reciprocidade porém não curte muito esse lirismo exagerado, não precisa se sentir deslocado dos fatos.
Até Lulu Santos já teve sua experiência rara de amor correspondido e traduziu em uma linguagem bem simples...

Ela demonstrou tanto prazer
De estar em minha companhia
Que eu experimentei uma sensação que até então não conhecia
De se querer bem,

se querer quem se tem!
E ela me faz tão bem, ela me faz tão bem...

E quem disse que o belo não pode ser real?

* Em algumas Bíblias este livro é conhecido como Cânticos dos Cânticos, ou ainda como Cânticos de Salomão.


quarta-feira, junho 14, 2006

Casos de Santo Antonio

Ontem foi o jogo do Brasil. Pobre com 1 a zero. Resumindo só deu para eu gritar uma vez, e se eu não grito, eu não desestresso.
Gritar é terapia sempre!
Bom, foi nessa de não ter desestressado que eu aproveitei a reunião de encalhadas, que se reuniram para assistir o jogo, e já fui perguntando quem é que queria ir comigo na Missa de Santo Antônio.
Todas, absolutamente todas, disseram sim.
O mais engraçado foi que ninguém quis comprar uma imagem de Santo Antonio.
Uma das encalhadas, ou melhor, a encalhada mor (encalhada porém única, porém maravilhosa, e porém feliz) disse que não compraria não. Ela disse que uma amiga dela comprou uma imagem de Santo Antonio e jogou no poço.
Resultado:
O Santo Antonio dela... Mó – reu! E até hoje (15 anos depois) o marido não veio...
A outra miga (que também tem talento pra encalhada), disse que era melhor não.
O ano passado ela arrancou o filho do Santo Antonio e...
...Perdeu o filho dele!
Ela disse que era melhor ir na missa só pra bater um papo com Santo Antonio e tentar uma negociação.
Bom, eu que estou começando agora nesse cargo de encalhada, achei melhor ouvir as mais experientes e deixei a imagem pra lá.
De qualquer forma comi dois pãezinhos de Santo Antonio, e espero que ajude. No ano que vem se não resolver, eu levo um saco de estopa pros pães e se mesmo assim não resolver ainda.
Bom, aí eu mato Santo Antonio!

terça-feira, junho 13, 2006

E você, no que acredita?

Eu acredito em Milagres.
E como não acreditaria?
Desde pequena minha mãe procurou me ensinar sobre a fé como a coisa mais importante da vida. Ela sempre me dizia:
Quando você tiver dúvidas, eu te darei as respostas, mas se um dia eu não souber responder, Papai do Céu vai responder pra você!
Pra uns, pode parecer coisa de criança, para outros, bobagem, mas para as pessoas que, como eu, cresceram vendo milagres acontecerem bem embaixo do nariz, vão saber exatamente o que isso quer dizer.
Meus pais são potiguares. Não preciso nem dizer que foram criados em meio a dificuldade e miséria. Meus avós paternos foram embora do Nordeste quando meu pai ainda tinha apenas 1 ano, levando embora meus 11 tios. Meu pai foi criado pela avó e longe de sua família. Já minha mãe foi criada ao lado da família e viu 8 dos seus 14 irmãos morrerem de fome. Isso criou na minha mãe um trauma muito grande. Quando minha mãe casou, a única coisa que ela pediu pra Deus foi:
_ Meu Pai, pros meus filhos nunca deixe faltar o pão, ou então não me deixe ter filhos.
Até os meus 6 anos eu tive de tudo. Não digo luxo, mas o necessário nunca faltou. Aos 7 meus pais ficaram desempregados. Minha mãe virou faz tudo. Fazia roupas, salgadinhos, geladinho, tempero pronto, tudo pra vender. Eu, meus pais e meus irmãos éramos os vendedores. Era até engraçado de ver aquele projeto de gente, com uma caixa de isopor quase que maior do que eu, batendo de porta em porta pra vender salgadinhos e afins. Mesmo com todo o esforço de todo mundo, um dia minha mãe se viu com três filhos, um armário e uma geladeira vazia. Do jeito que ela estava mesmo, ela falou na cozinha, meio que pensando alto.
_É meu Deus. Hoje o Sr. deixou faltar.
Ela continuou ali parada e meu pai desceu pro porão, onde era a oficina de costura improvisada da minha mãe. Voltou com duas notas na mão. Não me lembro quanto era, nem que dinheiro era na época. Meu pai sempre foi de ouvir muito e falar pouco. Só me lembro de ouvi-lo falar, “Maria, isso estava embaixo da porta” e depois a minha mãe chorando com o dinheiro na mão.
Tinha muita gente que nos devia uns trocados ou outro, das coisas que nós vendíamos muitas vezes “fiado”. Então pode ter sido de alguma coisa assim, mas o fato é que o “pagante” nunca apareceu. Pra muitos pode ter sido apenas coincidência. Mas pra minha mãe, que tinha três filhos pequenos e um armário vazio, foi um milagre indiscutível.
Essa é apenas umas das coisas que eu já vi acontecer, e o porquê de quando as pessoas vêem falar de coincidências pra mim, eu nem escuto e porque eu acredito tanto na fé.
Há algumas semanas, uma amiga desabafou comigo. Ela havia entrado com um processo de “justa causa” contra uma empresa onde ela havia ficado quase louca de trabalhar lá, e eles se recusavam a mandá-la embora ou fazer qualquer acordo. Só que a única testemunha que ela tinha, que era inclusive uma “amiga” dela, desistiu de depor na última semana antes da audiência. Ela tinha uma semana pra procurar alguém que pudesse e aceitasse testemunhar, caso contrário ela perderia todo o tempo de serviço, ficaria com uma justa causa na carteira, seria condenada a pagar uma multa pra empresa e caso não tivesse como pagar, poderia ser presa. O que eu, como amiga podia dizer ouvindo tudo isso? Dizer que eu estava vendo uma solução, quando eu mesma não via nenhuma? Eu só perguntei: Você acredita em Deus? Ela respondeu que sim. Aí eu completei: Então acredite em milagres. Ela já veio com um, mas, Denise...
Eu a interrompi com a mesma pergunta e dei à mesma resposta. Ela ficou em silêncio. No dia seguinte à tarde me ligou chorando, só que dessa vez de felicidade.
“Denise, eu encontrei uma testemunha...”
Hoje de manhã, outra amiga me ligou que acabava de ficar desempregada. Casou a quatro meses, tem uma filha pequena e está enfiada em “trocentas” dívidas. No meio do desespero o primeiro culpado é Deus de novo.
_ Por que tantas pessoas ruins, que fazem o mal, Deus permite que eles tenham tudo? Por que Deus deixou isso acontecer justo comigo?
Eu só perguntei se ela lembrava de quantas vezes ela mesma tinha me visto no fundo do poço, quantas vezes ela mesma achou que eu não tinha nenhuma saída, e quantas vezes esse mesmo Deus tinha me levantado de uma forma que ninguém esperava.
Outra vez, o silêncio foi a resposta.
Alguns minutos antes de eu começar a escrever esse texto, eu recebi uma ligação.
_Denise, você conhece alguém que tenha postura e conhecimento pra trabalhar na área de compras, mas que aceite um salário um pouco abaixo do mercado de início?

É por estas e outras que eu não troco nem um minuto da minha vida, pela vida inteira de alguém que diga. Eu não acredito em milagres!

segunda-feira, junho 12, 2006

Dia do quê mesmo?


Eu queria te ver mais de perto. Queria roubar dos deuses o poder de entrar em sua mente. Prometeria até que não usaria pra entrar em teu coração. Porque se entrasse em sua mente, eu teria ao menos a possibilidade de saber se sim ou não, e sabendo, talvez eu escolhesse o meu caminho, o meu ritmo, os meus cantos. Daria passos mais firmes e concisos.
Por enquanto, vou caminhando e cambalendo, qual como um bêbado que vai, pé no mato pé no caminho, assim vou eu, pé no que é, pé no que pode ser... Mas não se chateie e não se responsabilize por nada, eu sou adulta e sou feliz!


Fiquei pensando...Será que eu compro uma imagem de Santo Antônio e viro ela de ponta cabeça? Mergulho ela na água? Compro um CD bem romântico e mando pro 1º endereço da lista telefônica ou dos classificados? Continuo pensando...Faço um chá em casa pra todas as encalhadas?

Na falta de opções comemoro com vocês...Parabéns à todos!

_ Aos previlegiados que têm um namorado(a) dos sonhos;
_Aos desprevilegiados que têm um namorado(a) só por ter mesmo;
_Aos ficantes, enrolados, e coisas do tipo;
_Aos solteiros por obra do acaso ou por opção;

E principalmente parabéns a quem ainda sabe amar, de forma simples e sincera, ainda que sem qualquer intenção...

Continuo pensando...Acho que vou comprar uma XR200. Talvez seja a solução pros meus problemas...

domingo, junho 11, 2006

Guararema também faz festa!

Minha terra é pequenininha...Mas de vez em quando ela abriga uns gigantes! Sábado os Titãs passaram por lá. E eu fui. Queria levar um "ser" comigo, mas "o ser" desapareceu. Aliás esse "ser" tem o dom de desaparecer. É melhor que ninja. Aí não teve jeito! Sobrou pra Pam me aturar de novo. Mas valeu muito a pena, se eu não tivesse ido, com certeza depois eu iria pensar que eu devia "ter feito o que eu queria fazer". Sem contar o bem que faz pra saúde! Eu e a Pam, fizemos ginástica como gente grande. Meu querido instrutor Lucas que ia ficar orgulhoso de ver o tanto de jumps que nós fizemos. Nós pulavámos e gritavamos iguais ao "homem primata". No meio do show tive que ignorar a minha posição política pra não ser linxada, sobrou pros políticos (que eram inclusive os organizadores da festa) ouvirem uma população irada gritar "filha da puta". Como sempre, em toda festa tem os bestas que querem sair no soco, mas mandamos a "polícia para quem precisa de polícia". Quanto as paqueras... hummm, até que tinha uns bonitinhos, mas fiquei de boa, afinal, atualmente "eu só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder". Hora de ir embora é que foi triste, duas mulheres sozinhas em uma rua vazia às 4:00 da madruga. Mas fomos na fé de que "o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído". Chegamos sãs e salvas, com aquele sorriso no canto do rosto e capotamos cansadas e convencidas de que realmente "é preciso saber viver".

sexta-feira, junho 09, 2006

Dialógos Infames II



Gleice com cara de desesperada e chorando: Denise, eu tirei essas cópias, mas não sei de qual setor o rapaz é...

Eu: Você tirou as cópias pra um não funcionário?!?!

Gleice com cara de desesperada e chorando: Não Dê, ele é daqui, eu sei, mas eu não sei de qual setor, e o meu chefe está me xingando...

Eu: E o que eu posso fazer?

Gleice com cara de desesperada e chorando:Você lembra daquele japonês?

Eu:Tem um japonês na sala ali de cima.

Gleice com cara de desesperada e chorando: Não Dê, ele não...É aquele japonês baixinho...um que é legalzinho...Sabe, aquele que a gente comeu junto?

Eu pensando alto:.... japonês... que a gente comeu junto... japonês, baixinho, legalzinho, que a gente comeu junto... Lembro não! Eu só lembro das meninas...

Gleice com cara de desesperada e chorando: Deixa Dê...eu vou procurar...

Eu: Ta bom miga...Fica calma.

...Gleice sai com cara de desanimada pelo corredor...

Em seguida, eu tenho um surto e saio gritando: Lembrei Gleice! É o japonês da informática!

Gleice com cara de felicidade: Ai miga, brigada!

...Denise senta com cara de vitória, de amiga que salvou uma vida e um emprego...

...Enquanto isso...

um querido colega estava sentado, ouvindo e assistindo ao diálogo diz:
- É Denise, você hein, com essa cara de santa...

Eu: O que que tem a minha cara de santa...

_ Com essa cara de santa, anda por aí, junto com essa sua amiga, comendo japones, baixinho e legalzinho...E depois nem lembram o nome dele!

Diálogos Infames I

- O telefone toca: trim, trim.
- Minha mãe atende: Pronto!
- Pessoa desconhecida: Por favor, é do consultório da Dra. Sônia?
- Minha mãe: Não Sra. aqui é uma residência.
- Pessoa desconhecida: desculpa, foi engano!

(1/2 minuto depois)

- O telefone toca: trim, trim.
- Minha mãe atende: Pronto!
- Pessoa desconhecida: Por favor, é do consultório da Dra. Sônia?
- Minha mãe: Não Sra.! Eu já falei que aqui é uma residência!
- Pessoa desconhecida: Mas minha senhora, eu preciso falar com a Dra. Sônia!
- Minha mãe: Pra qual nº você está ligando?
- Pessoa desconhecida: É “****-****”...
- Minha mãe: Mas esse nº sempre foi da minha residência.
- Pessoa desconhecida: E agora? Eu preciso passar com um psiquiatra, e eu só tenho esse número da Dra. Sonia...
- Minha Mãe: Quem passou esse número pra Sra.?
- Pessoa desconhecida: A Dalva.
- Minha mãe: A Dalva? A Psicóloga?
- Pessoa desconhecida: É. A Sra. a conhece?
- Minha mãe: Sim. Eu sou cliente dela!
- Pessoa desconhecida: Nossa! Ela passou o teu telefone, pensando que era da psiquiatra!?
-Minha mãe: É! Tadinha! Eu acho que ela não está bem...
(risinhos sem graça)
-Minha mãe: Serve do psiquiatra que eu passo?
- Pessoa desconhecida: Serve sim!
- Minha mãe: O nome dele é Dr. Eduardo. O nº é ****-****.
- Pessoa Desconhecida: Obrigada Sra. Será que eu posso passar pra Dalva também?!
(risinhos sem graça)
- Minha mãe: Passa sim! Eu acho que ela está precisando...

quinta-feira, junho 08, 2006

Amores da Minha Vida

Conquistar é sempre uma árdua tarefa. Para as mulheres geralmente é sofrida, para os homens geralmente é cara. Mesmo porque mulheres escrevem carta, fazem cenas, inventam desculpas e histórias só pra poder ver ou ouvir a voz do referido. Já para os homens quando querem conquistar a todo custo, eles se transformam em românticos fanáticos e fazem tudo que toda mulher sonha. Viram motoristas a postos, prestam atenção em tudo, decoram todos os nossos caminhos e horários, gastam, gastam, e gastam com presentinhos que vão desde os simples e bem aceitos bombons, passam pelo tradicional buquê de flores, jantar a luz de vela e vão até caríssimos quartos de motel. De vez em quando, mas muito de vez em quando mesmo, a receita funciona. E antas patagônicas (como eu) caem no conto da carochinha.
Só que vão se passando os dias, as semanas, os meses, os anos... e o que era um príncipe encantando e romântico vai “ensapando” pouco a pouco. Eles abolem primeiro o bombom (mas é claro, ele está te ajudando porque, naquele período de conquista regado a bombons e jantares, você acabou engordando) depois eles já não lembram mais de abrir a porta do carro, porque você é uma mulher atual, moderna, independente e pode muito bem usar as mãos. O tempo vai passando e ele vai esquecendo do dia das mulheres, trocam rapidamente o caminho da floricultura pelo do bar da esquina e com o tempo eles já esquecem dos presentes de natal, e até do aniversário. Afinal de contas você é uma mulher altruísta, compra e tem tudo o que precisa, então logo, pra que presentes? Só um abraço já é mais do que suficiente.
Então esse é resumo do que se transforma a vida das mulheres em um modo geral.
Mas pra mim, todo mal é pouco, porque eu devo ter sido uma mulher muito ruim na outra vida, ou nesta mesmo, sei lá. E como diz meu caro amigo Edmur, meu nome pode ser Denise, mas meu sobrenome é Zica.
No meu caso, além de tudo isso, eles também vão esquecendo de pagar as contas cotidianas (não as minhas, as deles), mas como é uma ou outra não tem problema, só que o caso vai ficando cada vez mais grave e quando eu percebo eu já estou sem poder comprar nada pra mim, no máximo uma calça de seis em seis meses, em seis vezes sem juros daquela liquidação ali da esquina. Em compensação pra nós eu já estou pagando, desde o convênio dentário, até o convênio médico e desde a prestação do carro (que só ele dirige, porque homens dirigem melhor), até o licenciamento, as multas (que ele leva dirigindo muitíssimo bem) até a prestação do apartamento e etc.
E o pior de tudo, eu não posso usufruir de nada disso, porque ele se preocupa comigo. Se eu quiser ir com o carro pra minha casa pelo menos uma vez por mês, eu tenho que começar a brigar já na primeira semana do mês, e ainda tenho que colocar a gasolina.
Só que todo mundo um dia acorda, uns demoram mais, outros menos, mais uma grande maioria acaba mandando o sapo (já com chapéu, claro) pra lagoa. Antes claro, nós vamos avisando, olha meu amor, você não era assim, amor mal cuidado também acaba, eu sinto falta disso e daquilo, até que você se enche de ficar falando, mede a distância exata entre o seu pé e a bunda dele e dá um pontapé certeiro no traseiro do infeliz.
É nessa hora que tudo muda, ele descobre que realmente durante todo o tempo estava errado, e descobre mais, descobre que pode mudar, que pode fazer tudo diferente e pode fazer tudo melhor. E é aí que ele volta a fazer tudo o que fazia no começo e até um pouco mais.
Só que aí você já sabe que é só uma crise temporária, e quando recebe flores e presentes não acha a menor graça e nem sente a menor gratidão.
Só que ele também já está viciado em seus erros e nesta acaba cometendo erros bizarros. Comigo, mais bizarros do que de costume.
Por exemplo: Numa dessas crises, o meu sapo de chapéu, resolveu me presentear com um buquê de rosas enorme e lindo que não me causou a menor alegria, e que sinceramente eu preferia ter recebido nos bons tempos quando eu conseguiria retribuir à altura. Não preciso nem dizer que o meu sapo de chapéu recebeu de volta apenas um seco e frio: “Obrigada”.
Mas o meu sapo de chapéu mostrou que é realmente um homem especial.
Além de um "gentleman" (por mandar as flores num momento nada próprio) também é um "metrossexual" desprovido de qualquer preconceito.

Passado uns dias das flores, o referido me mandou também, nada mais nada menos, que a conta! Sim, a conta das flores que eu ganhei, para eu mesma pagar!
E eu por minha vez também mostrei que sou uma mulher superior e desprendida de paradigmas como o machismo ou feminismo.
Fui mulher o suficiente para receber as flores (que eu deveria ter tacado na fuça dele), fui macho o suficiente para pagar a conta e ainda tive humor para deixar um recado de agradecimento em sua querida caixa postal.

_Amor! Muito obrigada pelas flores, eu adorei! Mas a conta realmente não precisava! De qualquer forma obrigada. Mas só uma perguntinha: Como você faz quando manda flores pra sua mãe?



Observação: A mãe dele jaz mui respeitosamente em uma das quadras do cemitério da saudade.

quarta-feira, junho 07, 2006

Filosofando com Capricho

Eis que estava eu lá, sentada naqueles banquinhos brancos e confortáveis de um salão de beleza, numa noite de sexta – feira, prestes a passar por mais uma sessão tortura, em mais uma tentativa inútil de ficar bonita. Não que se consiga, mas para ninguém dizer que eu não tentei, eu escolhi logo uns dos melhores e mais caros salões para me emperiquitar.
O problema é que em noites de sexta-feira, todas as mulheres estão neste mesmo momento de desespero pra ficarem bonitas e como se isso não bastasse, naquela sexta-feira em especial, todas resolveram escolher o mesmo salão que eu.
Eu estava agendada para as 18:30 h. Cheguei as 18:15 h para ter tempo de me ajeitar e fiquei ali, sentada naquele banquinho branco, no que pra mim seria uma espera de 15 minutos. Nem fiz questão de mexer no amontoado de revistas ao lado, fiquei apenas olhando a novela que estava passando na TV e esperando me chamarem. Passaram-se 5 minutos, 10 minutos, 15 minutos, 30 minutos, e haja novela, e haja comercial, e haja novela, e haja comercial e nada de chegar minha vez. Só sei que assisti por tempo suficiente pra perceber que eu estava desacostumada a ver televisão.
Já tinham se passado 45 minutos, e já estava com vontade de sair correndo dali. Mas não podia, afinal era sexta-feira e eu pre-ci-sa-va ficar bonita.
Foi aí que eu comecei a folhear as revistas. Posso resumir todas em 2 linhas.
O fulano que era casado com a fulana separou-se e agora a fulana está com o outro fulano que era marido da outra fulana e daí por diante.
De revista em revista, foi aí que eu cheguei na dita “Capricho”. E de repente achei uma página interessante. “Bruxaria para principiantes”. Nunca tive o desejo de ser bruxa, mas, porém, contudo no entanto, tenho que admitir que bruxas tem poderes invejados por mulheres simples e comuns como eu. A matéria era pouco atraente, mas vamos à aula prática. O título ao final da matéria era “Seis receitas de bruxarias simples, utéis e fáceis de fazer”.

Todas clássicas.

1ª – para afastar rival
2ª – para conquistar um homem difícil
3ª – para conseguir um emprego
4ª – para levar um homem ao altar
5ª – para arranjar namorado

Mas nenhuma me chamou mais atenção do que a última:

6ª e última: Pós – pé na bunda.

Era assim: Após levar um pé na bunda, coloque uma bota preta, dê três cuspidas no chão e pise em cima três vezes!

Fiquei ali, perplexa, olhando, lendo e relendo, tentando entender.
Ao final das contas, qual era a finalidade de uma simpatia pós-pé na bunda? Pra que serve exatamente? Não agüentei e perguntei para a senhora que estava ao lado. Sei lá, talvez o cansaço da espera estivesse fundido o meu cérebro o suficiente para eu não estar conseguindo entender a finalidade (que devia ser útil e profunda) daquela simpatia. A mulher ao lado fez cara de ponto de interrogação, mas soltou uma idéia aceitável.
_ Deve ser pra não ficar roxo.
Mas ainda não entrava na minha cabeça, como alguém podia ter uma idéia de jirico daquelas. Pra mim aquela simpatia não tinha objetivo claro. Deveriam ter escrito a finalidade exata da simpatia. Pés-nas-bundas são corriqueiros, eu já estou acostumada a levar e talvez dependendo do resultado que se obtivesse com a simpatia eu pudesse vir a fazer. E continuei tentando descobrir a serventia daquela simpatia, quando surgiu uma dúvida ainda maior:
Pra que serve a revista Capricho?

terça-feira, junho 06, 2006

Com a cara e a coragem!

Este é um texto de apresentação. Não da minha pessoa, mas do meu blog.

Desde que eu comecei a ler o blog do Rafa com freqüência, e depois o do Bia minhas mãos começaram a ter coceiras constantes de vontade de escrever. Mas a atitude em si, demorou pra chegar.
Sempre quando minha mão começava a coçar, o meu cérebro já respondia instantaneamente, com aquela preguiça típica de sedentários intrínsecos, coisas do tipo: _ Não adianta, eu não tenho tempo mesmo; ninguém vai querer ler minhas baboseiras; eu não sou tão persistente, vou começar hoje e parar amanhã... E assim ia indo, empurrando com a barriga (que é grande e forte) a minha vontade e deixando a passar.

Mas hoje isso mudou!

O que faltava pra eu criar coragem era ter conhecimento de algo que superasse as minhas desculpas pra não começar. E hoje eu achei “o argumento”.
Eu descobri que até a Pam tem um blog, aliás, todo mundo tem blog! A diferença é que o blog da Pam tem uma motivação, um sentido, um objetivo, e a maioria dos blogs não têm. Portanto o meu será apenas mais um “desobjetivado” nessa coisa que muitos definem como blogosfera; e já que o que mais tem são desobjetivados, o meu será apenas mais um! Aí está! Não tem mais desculpa.
Entendeu? Não! Nem eu! Mas aí está, comecei e pronto, está começado.
Convido os meus queridos amigos reais, virtuais, chatais, a entrarem, sentarem, tomarem um café, um chá, um bolo, e deixarem um oi ou um tchau, tão desobjetivado quanto o meu blog.
Meu único intuito aqui é levar à público as coisas que eu já costumo escrever normalmente, já que eu não tenho nenhuma intenção em guardá-las para formar um livro mais tarde, mesmo porque dá muito trabalho e eu também não levo muito jeito pra escritora.
Assim, quem sabe eu consiga parar de mudar o meu profile do orkut semanalmente e talvez ganhar uns oi e uns tchau dos meus queridos colegas que muitas vezes não tem tempo para dá-los pessoalmente.

Por enquanto é só!