Quem sou eu

Alguém que prefere usar as palavras à usar as pessoas.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Três pontinhos

Se minhas reticências falassem
Você saberia o que eu quero te dizer
Quantas nós na garganta eu já engoli
Querendo apenas chorar no seu ombro
Tenho amigos eu sei
Tenho outros ombros também sei
Mas quando dói a vida em mim
Sinto falta apenas de uma mão em meu cabelo
Sinto fala apenas desse silêncio
Pode ser fraqueza
Pode ser carência
E sinceramente antes isso
Do que mais sentimentos desperdiçados
Quantas vezes disse que queria te ver
Querendo dizer que queria chorar
Quantas vezes disse apenas uma frase
Querendo dizer um texto
Quantas vezes escrevi dez folhas seguidas
Quantas vezes te pus na minha frente
Sem que ao menos você soubesse
Quantas vezes, quantas palavras, quantas lágrimas
Que eu escondi
E quantas reticências eu te mostrei
E você se quer se interessa em saber porque
Ou as vezes se interessa mas não como eu quero
quando você puder
qualquer dia, qualquer hora
Olhos nos olhos
Frente a frente
deixa eu te falar dessas reticências

terça-feira, agosto 22, 2006

Em busca...

Várias vezes por dia, nós recebemos correntes, lemos matérias em jornais, revistas, sites e etc, que tentam nos passar alguma lição importante, ensinam a lidarmos com alguma situação, sempre tentando nos ajudar de alguma forma.
São tantos pontos de vista diferentes, expostos por pessoas que têm capacidade para dissuadir ou apenas expressar de forma convincente, tantas informações, tanta auto-ajuda que às vezes, ao invés de fornecer ajuda realmente, acabam nos deixando mais malucos.
E como tudo sempre acontece de uma vez na vida de todo mundo – e na minha não poderia ser diferente – deram uma ligada no liquidificador da minha vida e tudo começou a acontecer de uma vez.
Nem mil e-mails de auto-ajuda ajudariam em porcaria nenhuma, nem os preciosos conselhos de amigo (eu digo “preciosos”, não no sentido pejorativo, mas no real mesmo, porque estes eu verdadeiramente aprecio), nem nada que não fosse um auxílio divino no sentido literal da palavra, me ajudaria.
Não vem ao caso dizer os oques nem os porquês, porque não sou vítima de nada. Só estava lá por acaso no meio do liquidificador ligado, de lá pra cá e de cá pra lá, igual barata tonta sem saber o que fazer.
Foi aí que eu resolvi tirar as férias relâmpago e procurei uma terapia pra tentar lidar com tudo.
Aí é quando todo mundo se assusta.
Terapia? Você? Mas...Você estava ficando louca?
Bom, sei lá, deu na louca e eu fui.
Não por mim, mas pelos outros. Porque pra mim, todo mundo do meu lado estava precisando de ajuda e eu precisava ajudar todo mundo e sozinha eu não tinha como e fui neste intuito de ajudar todo mundo.
Mas quando eu cheguei lá a bendita terapeuta queria ouvir eu falar de mim. Ela só queria ouvir o que fosse ao meu respeito.
Poxa que raiva que eu senti!
Falar o que de mim?
Não há nada errado comigo Eu preciso falar de tudo o que está acontecendo, preciso de ajuda pra ajudar, será que nem essa “maria benedita” aqui me entende?
Bom, vamos aos finalmentes. Ela acabou escutando tudo, dei uma descarga no caminhão da minha vida em cima da terapeuta e ela me convidou a participar de uma terapia de grupo.
Mesmo com raiva do convite eu fui, afinal, o que é um peido pra quem já está cagado?
Pois é... Que vergonha!
Não, eu não descobri que o meu problema era infimamente menor diante do dos outros quando eles começaram a falar. Os problemas que eu estava enfrentando eram reais, tanto quanto o de todo mundo que estava presente. O problema é que antes eu não estava enxergando o óbvio. O óbvio que você vê e fala todo dia, lê todo dia em todo texto de auto-ajuda, o óbvio tão óbvio que chega a ser vulgar.
Eu tinha esquecido de cuidar de mim primeiro, que eu não posso resolver problemas sem soluções, que se eu não estiver bem eu não vou conseguir ajudar ninguém, enfim, o óbvio óbvio mesmo.
Eu nem sei se eu vou conseguir passar pra vocês o que eu consegui entender ali, porque eu vou acabar usando as mesmas palavras que todo mundo usa, que eu sempre li, que sempre julguei entender e vou correr o risco de ser piegas.
O fato é que a errada era eu, que eu não posso me sentir capaz de resolver tudo o que está ao meu redor e que por mais que existam fatores externos que influenciem na vida das pessoas que eu amo que as prejudiquem, se eu não tiver como mudar a situação e ficar querendo mudar de qualquer jeito a situação, a situação não melhorará. E aí ao invés de a pessoa que eu amo ser “uma” pessoa infeliz, seremos “dois” infelizes juntos. E se o número de pessoas que eu amo for maior e cada uma com problemas maiores que os dos outros, aí a festa de infelizes estará completa.
É tudo tão complexo e ao mesmo tempo tão idiota que chega a dar raiva de mim mesma.
De qualquer forma, nunca pensei que um mantra curtinho, bem com cara de final de reunião de auto-ajuda mesmo e que eu já havia ouvido tantas vezes em outras situações me ajudaria tanto:

Senhor:
Dai-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar,
Coragem para mudar as que posso,
E discernimento para separar umas das outras...

segunda-feira, agosto 21, 2006

Porque eu estava precisando de férias...

Só algumas proezas:


1º dia de férias: Acordei de manhã (10:00), peguei a maionese do fundo do pote com a colher (até aí normal) e mexi o açúcar do café com a faca!
Obs: a colher de café estava ao lado...

2º dia de férias: Fui ao banco pagar uma conta.
obs.: esqueci o dinheiro em casa.

3º dia de férias: Guardei a pasta de documentos na geladeira.

4º dia de férias: Decidi viajar...
Obs.: Pra São Paulo!

5º dia de férias: Cheguei na casa da minha amiga em São Paulo e fui ajudá-la a fazer arroz.
(Ficou empapado e sem sal)

6º dia de férias: Comprei um mini-talento, pra tentar suprir minha necessidade urgente de comer chocolate, tirei o papel, joguei o chocolate no lixo e quase enfiei o papel na boca.

7º dia de férias: Decidi sair com minha amiga.

8º dia de férias: Como no dia que eu sai não aconteceu nada muito anormal, decidi sair de novo.

9º dia de férias: Voltei pra casa, arrumei minhas coisas e descansei...

10º dia de férias: Fui visitar a minha outra amiga Pam que eu já estava com saudades. Ela me chamou de Teresinha! (Deve estar precisando de férias também)

Hoje voltei a trabalhar.
Pedi ligação pra um funcionário que eu precisava falar com ele urgente.
Obs.: Ele estava na sala, sentado atrás de mim.

Conclusão:

Minhas férias foram curtas, ou minha loucura é crônica!

sexta-feira, agosto 11, 2006

Desculpe-me

Eu estou de férias.
Devido ao déficit financeiro que já é parte da minha realidade, vou postar poquinho nesse período. Aliás, postarei sempre que sobrar dois mangos pra lan.
Economia gente, economia...

sexta-feira, agosto 04, 2006

Eu sou a mesma mas...

Toda mulher costuma dizer que quando tudo está um tédio, nada melhor do que um novo corte de cabelo. Eu como sou “feminíssima” resolvi seguir o conselho.
Tudo bem!
Quem me conhece sabe que é mentira.
Na verdade ontem me surgiu um desses compromissos urgentes, urgentíssimos de última hora e pra variar, eu tinha acordado tarde e nem tinha lavado o cabelo.
Pra não ter que ir à cabeleira só lavar o cabelo, o que seria um absurdo, e como já fazia tempo que as minhas madeixas não viam tesoura, resolvi cortar.
Como toda mulher que se preze, não escolhi corte nenhum, não tava com a menor vontade de fazer nada diferente, simplesmente olhei pra coitada que teve a infelicidade de me pegar como cliente e disse: Enfia a tesoura.
Ela, acostumada a lidar com mulheres de verdade e totalmente enganada pela minha cara de mulher semi feminina me pergunta.
- Mas como você quer cortar?
E eu nada prática, já respondi: Cortando!
Para parecer mais educada, e não dar muito na cara que eu só queria era lavar mesmo, acabei dizendo pra ela cortar do jeito que ela achasse que ia ficar melhor, na altura que fosse ficar melhor, resumindo, como ela quisesse.
Sabe-se Deus porque ela abriu um sorriso, segurou a tesoura com a maior cara de felicidade, ergueu o meu cabelo para cima todo de uma vez e aí pela primeira vez eu senti que não devia ter sido assim, tão gentil.
Ela o segurou quase na metade, o meu coração parou meio segundo, já fiquei imaginando no espelho a minha cara de bolacha sem cabelo e ela cortou numa tesourada só.
Soltou o que sobrou do meu cabelo, picotou aqui, picotou ali e pronto.
No fim, até que eu gostei do resultado.
Nem fiquei com cara de bolacha traquinas como imaginava. Fui para o meu compromisso com cara de cabelo novo e até acordei mais feliz hoje.
É bom dar uma de mulher de vez em quando...

terça-feira, agosto 01, 2006

Declaração de Amiga!!!

Pois é gente...To postando isso aqui pra vocês chorarem comigo. Recebi essa carta ontem da minha querida amiga Paloma, e chorei! Chorei muito, de desespero por descobrir que meus infindáveis anos de ensino não me ensinaram o sentido de palavras tão belas...
E chorei por não ter um dicionário do lado!
Brincadeirinha amiga... Obrigada de coração.
Eu não mereço!

Hoje quero falar de amigos...ops...de amigas...
Não por uma razão do destino que me coloco aqui para escrever sobre cumplicidade e amor...somente por ter uma amiga e tentar ser uma amiga...
Nesta manhã acordei e me prendi, inexplicavelmente, a momentos tão simples que compartilhei com essa amiga...
Refiro-me àqueles momentos hilários em que não é necessário que mais ninguém ache graça de nossas bobagens...basta que só nós duas, amigas, saibamos dividí-los...
Aqueles momentos em que minha mãe e meu pai jamais saberiam compreender minha desilusão e carências...mas minha amiga sim...
Ser amiga é mais que risos e festas...é surpresa...é companheirismo...é dizer o que gosta e ouvir o que não gosta...é reconhecer que a amizade honesta tem que ser assim mesmo...
Mais importante do que apenas ter uma amiga é saber cuidar dela...ela necessita atenção e dedicação...assim como cada um de nós...e sabe que amiga ocupa um lugar que nenhum namorado tira? Não tira mesmo...porque são amores diferentes...e porque se a amizade é sincera ela permanecerá mesmo que o namorado se vá...não obstante, a perda de uma amiga não pode ser substituída pela aquisição de um namorado...(ou nos momentos de desespero pode sim? He he he)
Ah minha amiga...posso expressar como é bom tê-la no meu caminho quando estou a desatinar e não me vejo prestes cometer um ato leviano que venha a me prejudicar...
Já inefável é tê-la ao meu lado...engajada e cheia de coragem para cometermos juntas os levianíssimos* atos que só nós sabemos que não nos prejudicarão...
Que sentido teriam as risadas se não fossem com quem você também já chorou e que tanto se preocupou com o rumo que você dá à sua vida?
Quiçá alguém viesse a conhecer nossos diálogos através de e-mails...fonte irrefutável de conhecimento...que certamente revelariam nosso talento para a vida...e talento para sermos amigas...
Poderia eu não tratá-la com mesura?
Sei que o tempo passa...e na minha vida já se passaram algumas amigas como o tempo...
Estas nunca deixaram de ser verdadeiras...apesar de distantes, assim, como eu também me tornei...mas de algo sei...e jamais deixarei de acreditar...ser amiga é melhor que tomar açaí na tigela...e estar com uma amiga...aquelas amigas meeeesmo...é algo que não se pode explicar com simples palavras...pois requer proficiência do escritor...
Quisera eu poder escrever um texto e esmerá-lo para minha a grande amiga...que tanto me ensina e que hoje faz parte da minha vida ocupando o papel de uma irmã...

Obrigada...
Para minha amiga Denise

*Por favor: Ignorem a parte dos levianíssimos atos...eu não sei do que a Paloma está falando!
Seja o que for, eu não sei, não fiz, não vi e nem ouvi...Aliás! Se eu não lembro, é porque não fui eu.