Quem sou eu

Alguém que prefere usar as palavras à usar as pessoas.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Teste de família

Assim! Analisando no geral, acho que até passei no velho teste da família.
Sobrevivi a duas vovós queridas, várias tias e a uma mãe de santo.
É uma pena não poder dizer o mesmo do meu decote que foi praticamente rechassado, coitado!
Acho que é uma injustiça essa perseguição familiar aos decotes.
Ao final das contas, que mal ele faz?

quarta-feira, novembro 22, 2006

Canja de galinha...

No caminho do supermercado, meu namorado ia me falando que as coisas que aconteciam na minha vida eram estranhas, com coincidências esquisitas e que a vida dele tinha se tornado bem mais esquisita do que de costume desde o momento em que eu apareci. Eu retruquei dizendo que era injusta a acusação alegando que coincidências acontecem na vida de todo mundo, a todo momento.
Interrompemos nossa discussão para decidirmos o que íamos comprar pro almoço.
Sugeri um frango. Eu estava com vontade de fazer um risoto, mas ele não foi receptivo a idéia do frango. Fez cara de desaprovação e falou que já tinha comido um frango na noite anterior. Sua tia havia matado uma galinha que tinha uma perna só e feito um ensopado.
Fiquei abismada. Como assim, galinha com uma perna só? Várias interrogações iam surgindo... Como a galinha se equilibrava em cima uma perna apenas? Como eles tiveram coragem de matar e comer uma galinha deficiente?
Ele riu do meu espanto e encerrou a conversa dizendo que não tinha muitas informações sobre a galinha.

...
Uma semana se passou.
Domingo, eu estava entediada, com saudade das minhas amigas, com saudade do meu namorado, queria sair, andar, chupar sorvete, fazer qualquer coisa.
Liguei pro meu namorado e depois de muita discussão convenci-o a ir comigo para Guararema. Chegamos lá, encontrei umas amigas, apresentei meu namorado, decidimos ir todos pra pizzaria, jogamos “Perfil” na pizzaria (na minha vez, sempre dava: você perdeu a vez), comemos e no final da noite decidi ir dormir em Mogi, assim eu já ficava um pouco mais com ele e ainda poderia acordar um pouco mais tarde para o trabalho.
Na manhã seguinte acordamos e pegamos o ônibus pra ir trabalhar.
De repente, ele comenta comigo:
_ Aquele senhor parece o seu pai!
Ora. Meu namorado só conhece o meu pai via foto do orkut. Então eu olhei para ver o tal senhor e qual foi minha surpresa? Era mesmo o meu pai!
Aí vieram vários estalos na minha cabeça. Lembrei que meu pai trabalhava naquele bairro, então pelo horário, meu pai estava indo trabalhar. Ele perguntou qual empresa meu pai trabalhava, eu disse o nome e ele perguntou se meu pai conhecia um tal de Antonio, Toninho ou Neno que trabalhava lá também. Eu disse que não sabia e perguntei quem era o tal Neno. Ele me disse que era o tio que tinha criado ele. O “tio pai”. Eu ri da coincidência e fiquei de perguntar pro meu pai se eles se conheciam.

...
Terça-feira, eu voltando pra casa depois de um dia de trabalho estafante, atrasada para o grupo de oração onde eu iria cantar, ensaiando as músicas dentro do ônibus e fazendo vários exercícios esquisitos para aquecer minhas cordas vocais, meu pai que também voltava do trabalho entrou no ônibus e sentou ao meu lado. Como é difícil eu ter tempo pra conversar com meu pai, aproveitei ali o momento e fiquei ensaiando e colocando a conversa em dia ao mesmo tempo. No meio da conversa eu lembrei do “tio pai” do Thiago e perguntei pro meu pai:
_ Pai. Você conhece um Antonio que trabalha no RH da empresa em que você trabalha?
_ Não, não conheço.
_ Nem por Toninho?
_ Não mesmo.
_ E um tal de Neno?
_ Neno? Ah sim! O Neno eu conheço muito. Super gente boa! Esse final de semana eu fui fazer um serviço pra ele no sítio onde ele mora. O mato estava muito alto, então ele me pagou pra ir lá passar a roçadeira e aí você não sabe o que aconteceu filha. O mato estava bem alto mesmo e eu não conseguia ver nadinha do que tinha no meio do mato. Eu não sabia que uma das galinhas deles tinha fugido do galinheiro. Eu só sei que enquanto eu passava a roçadeira, eu só vi uma perna de galinha voando.
E não é que a minha roçadeira arrancou a perna da galinha?

quinta-feira, novembro 09, 2006

Só um desabafo

Estou meia afastada da net de novo. Como dessa vez é por problemas de implicância externas por parte de algumas pessoas que não se divertem, não são felizes e não querem deixar ninguém ser, eu fiquei chateada e até pensei em parar com o blog.
Mas como diz o Seu Henrique, digníssimo e sábio motorista pé de breque: "Quanto mais abaixa, mais a bunda aparece". Então não vou me abaixar mais não. Estou só dando um tempinho, pra esfriar o caldo.
Paciência, paciência...

segunda-feira, novembro 06, 2006

Feriado

Sair ou ficar em casa?
Eu não quero ficar em casa, ele não quer sair.
Meu Deus do céu! O que fazer um dia inteiro enfiada dentro de casa?
Ele rebate: O que fazer o dia inteiro na rua?
Tudo bem, tem uma idéia?
Ficar em casa, assistir filme e você me ensina a cozinhar!
Tá. Gostei da segunda parte.
...Fico pensando em receitas fáceis e típicas de homem solteiro. Bolinho de carne e tabule, se ele não aprender eu mato!
Você gosta de comida bem temperada, ou com pouco tempero?
A resposta é sei lá, tanto faz.
...Penso em como é bom cozinhar pra pessoas pouco exigentes. Se bem que, com o tanto que ele entende de cozinha, não deve mesmo saber diferenciar uma comida com alho de outra sem.
Vou molhando o trigo para o tabule enquanto eu peço pra ele salgar a carne. Ele põe a carne num pote e joga uma pitada de sal em cima como se estivesse jogando sal em ovo, ou em batata frita.
Acho engraçada a expressão de concentrado que ele faz e corrijo a quantia de sal. Peço pra ele experimentar e ver se o sal está bom.
_ Eu tenho que comer a carne crua? Ele pergunta com a cara de espanto mais linda que eu vi na vida. Tento não cair na gargalhada e explico que não. Mostro pra ele como se faz e de novo me deparo com a carinha de concentrado dele. Peço pra ele amassar a carne e de novo a cara de espanto.
_ Com a mão?
_ Não! (Eu corrijo) Com “as” mãos!
Fico observando enquanto ele endurece os dedos, leva as mãos com os dedos duros e esticados até o pote com carne moída e vai fazendo caretas de repugnância, que vão mudando a cada movimento que ele faz lentamente com as mãos.
Quem visse a cena da cintura pra cima podia imaginar que ele estava lavando uma fralda ou manipulando qualquer coisa nojenta e fedida, mas nunca imaginaria que ele teria entre os dedos apenas carne moída. Nunca pensei que eu acharia lindo um homem fazendo caretas. Termina de amassar a carne e já mais acostumado com a consistência dela, ele começa a cantar (grunhir na verdade) “BYOB” enquanto modela os bolinhos. Uns grandes, outros médios e outros pequenos. Esquenta o óleo, e eu tenho que interferir antes que ele confunda a frigideira com cesta de basquete. É engraçado como as pessoas desacostumadas com frigideira acham que jogando a comida à distância não se queimarão, sendo que na verdade, é assim que acabam se queimando.
Enquanto eu termino de fritar os bolinhos (antes que ele se mate fazendo isso) ele vai picando as coisas para preparar o tabule. Ele fica sexy manipulando a faca desengonçadamente.
Depois de tudo pronto, ele pergunta indignado.
E agora, a gente come?
Isso!
Meu Deus! Tanto sacrifício pra isso?
Rimos da situação.
Melhor do que ele cozinhando, só mesmo passando pano no chão.
Muito alto em relação ao rodo, o quadril vai para o lado tentando adaptar o tamanho do corpo a altura do rodo. Sem falar que eu nunca tinha visto um canhoto torcendo pano de chão antes.
Mais lindo que isso, só ele dormindo...