Quem sou eu

Alguém que prefere usar as palavras à usar as pessoas.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Feriado

Sair ou ficar em casa?
Eu não quero ficar em casa, ele não quer sair.
Meu Deus do céu! O que fazer um dia inteiro enfiada dentro de casa?
Ele rebate: O que fazer o dia inteiro na rua?
Tudo bem, tem uma idéia?
Ficar em casa, assistir filme e você me ensina a cozinhar!
Tá. Gostei da segunda parte.
...Fico pensando em receitas fáceis e típicas de homem solteiro. Bolinho de carne e tabule, se ele não aprender eu mato!
Você gosta de comida bem temperada, ou com pouco tempero?
A resposta é sei lá, tanto faz.
...Penso em como é bom cozinhar pra pessoas pouco exigentes. Se bem que, com o tanto que ele entende de cozinha, não deve mesmo saber diferenciar uma comida com alho de outra sem.
Vou molhando o trigo para o tabule enquanto eu peço pra ele salgar a carne. Ele põe a carne num pote e joga uma pitada de sal em cima como se estivesse jogando sal em ovo, ou em batata frita.
Acho engraçada a expressão de concentrado que ele faz e corrijo a quantia de sal. Peço pra ele experimentar e ver se o sal está bom.
_ Eu tenho que comer a carne crua? Ele pergunta com a cara de espanto mais linda que eu vi na vida. Tento não cair na gargalhada e explico que não. Mostro pra ele como se faz e de novo me deparo com a carinha de concentrado dele. Peço pra ele amassar a carne e de novo a cara de espanto.
_ Com a mão?
_ Não! (Eu corrijo) Com “as” mãos!
Fico observando enquanto ele endurece os dedos, leva as mãos com os dedos duros e esticados até o pote com carne moída e vai fazendo caretas de repugnância, que vão mudando a cada movimento que ele faz lentamente com as mãos.
Quem visse a cena da cintura pra cima podia imaginar que ele estava lavando uma fralda ou manipulando qualquer coisa nojenta e fedida, mas nunca imaginaria que ele teria entre os dedos apenas carne moída. Nunca pensei que eu acharia lindo um homem fazendo caretas. Termina de amassar a carne e já mais acostumado com a consistência dela, ele começa a cantar (grunhir na verdade) “BYOB” enquanto modela os bolinhos. Uns grandes, outros médios e outros pequenos. Esquenta o óleo, e eu tenho que interferir antes que ele confunda a frigideira com cesta de basquete. É engraçado como as pessoas desacostumadas com frigideira acham que jogando a comida à distância não se queimarão, sendo que na verdade, é assim que acabam se queimando.
Enquanto eu termino de fritar os bolinhos (antes que ele se mate fazendo isso) ele vai picando as coisas para preparar o tabule. Ele fica sexy manipulando a faca desengonçadamente.
Depois de tudo pronto, ele pergunta indignado.
E agora, a gente come?
Isso!
Meu Deus! Tanto sacrifício pra isso?
Rimos da situação.
Melhor do que ele cozinhando, só mesmo passando pano no chão.
Muito alto em relação ao rodo, o quadril vai para o lado tentando adaptar o tamanho do corpo a altura do rodo. Sem falar que eu nunca tinha visto um canhoto torcendo pano de chão antes.
Mais lindo que isso, só ele dormindo...

Um comentário :

Mariana kz disse...

Adorei o texto! Muito bom achar uma companheira por aqui, talvez lendo seu blog eu me inspire a escrever novamente!

E só pra dizer, sei bem como é ver um rapaz assim! :)