Quem sou eu

Alguém que prefere usar as palavras à usar as pessoas.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Conflitos e aflitos

É incrivel como o mundo evoluiu, como as informações tornam-se cada vez mais velozes, como a tecnologia une (ou separa) as pessoas com facilidade.
Nesta era que tivemos a "sorte" de nascer, tudo é fácil, tudo é simples. E a simpliscidade é a base de tudo que é pensado, criado, desenvolvido. Quando um inventor desenvolve seja lá o que for, ele pensa primeiro:
Qual a forma mais simples de se fazer isso ou aquilo?
É esse o pensamento que os move e que nos move também.
Todos os dias procuramos otimizar nossas contas, nossa agenda, nossas planilhas, nossas vidas...
Mas a cada dia que a vida se modifica [simplifica], esta mesma torna-se mais complicada do que deveria.
Estamos todos enlouquecendo tentando organizar tudo e nos sentimos cada vez mais obrigados a fazer mais e melhor.
Temos que ser funcionários eficientes, filhos decentes, alunos dedicados, vizinhos polidos, cidadãos idoneos, pais/mães responsáveis, irmãos solidários, amigos compreensivos e etc.
De início, feministas enchergaram isso apenas como uma consequencia do universo feminino moderno, onde mulheres tem que assumir vários papéis na sociedade.
Mas o que se tem percebido que é um problema moderno que atinge a todos independente de sexo, idade ou qualquer outra discriminação.
Cada vez mais competitivos, nós [humanos] em geral sofremos essa pressão por ser melhor, muitas vezes não sendo essa pressão apenas externa, mas interna também. Muitas pessoas na busca por melhorar sempre se pressionam exacerbadamente entrando em conflito as vezes consigo mesmo.
Muitos depois de certo tempo se cobrando e chegando ao extremo do seu próprio limite e vendo que isso não leva a nada, acaba passando a outro extremo que provavelmente não levará a lugar nenhum. O de:"Eu não vou mudar!"
É comum ouvirmos em músicas, trechos de cartas, profiles de orkut frases como: "Eu sou eu e ninguém tem nada a ver com isso", "Não vou/preciso mudar", "Se não te agrado foda-se", e ao contrário do que parece, geralmente não se tratam de pessoas equilibradas e tão seguras de si mesma que não precisam mudar nada em sua vida. Numa grande maioria isso é apenas um grito que expressa a frustação de ter tentando agradar a gregos e troianos e não ter obtido resultado.
Então não devemos buscar o melhor, ou melhorar?
Devemos nos acomodar em nós mesmos?
Não. Realmente não é o melhor a fazer.
Todos estamos aqui para aprender. É por isso que vivemos em sociedade, que conquistamos amigos, que trocamos nossas experiências uns com os outros. Para aprendermos coisas novas, tirarmos conclusões sobre o que já nos aconteceu e o que poderá acontecer através de nossas experiências ou das de outros.
Enfrentar os conflitos sejam eles internos ou externos e não fugir deles é um exercício benéfico e a ajuda de terceiros, quartos e até quintos, principalmente dentro de seu círculo de confiança também é útil para o crescimento mental e até espiritual.
Mas não devemos nos cobrar tanto.
Seguir a famosa rotina do: acordar cedo, beber um copo de água de beringela, fazer uma caminhada de trinta minutos, voltar pra casa, meditar mais trinta antes de ir pro trabalho, chegar no trabalho sorrindo e falando bom dia a todos, sentar, planejar o dia no papelzinho, almoçar folhas, legumes só cozidos no vapor, carne branca na grelha, só duas colherinhas de feijão, não tomar o suco junto da refeição, voltar pro serviço, beber três litros de água por dia, estudar três vezes por semana praquele concurso, perdoar sempre todos que te fazem o mal, dar esmola a cada esquina que se passa, dar conselho ainda que a topera que o pediu vá esquece-lo nos próximos cinco minutos, chegar em casa antes das dez, dormir oito horas diárias, praticar exercícios no minimo três vezes por semana, fazer check-up e ir no dentista de seis em seis meses e etc, etc, as vezes pode ser mais estressante e mais maléfico do que se apresenta.
Sou defensora de que o ser humano, pela própria natureza de ser humano, precisa mesmo de vez em quando é:
Sair de casa depois da meia noite, descalço, no meio daquela chuva, pegar aquela gripe e ir dormir feliz. Pelo menos de vez em quando...

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Se tudo fosse amor
Seria pirulito
Algodão doce
Seria balanço, campo
Seria praia
Seria poesia, seria sinfonia
Sempre calmaria
Assim sempre seria
Mas sendo sempre assim
Será que assim eu desejaria?