Quem sou eu

Alguém que prefere usar as palavras à usar as pessoas.

terça-feira, agosto 22, 2006

Em busca...

Várias vezes por dia, nós recebemos correntes, lemos matérias em jornais, revistas, sites e etc, que tentam nos passar alguma lição importante, ensinam a lidarmos com alguma situação, sempre tentando nos ajudar de alguma forma.
São tantos pontos de vista diferentes, expostos por pessoas que têm capacidade para dissuadir ou apenas expressar de forma convincente, tantas informações, tanta auto-ajuda que às vezes, ao invés de fornecer ajuda realmente, acabam nos deixando mais malucos.
E como tudo sempre acontece de uma vez na vida de todo mundo – e na minha não poderia ser diferente – deram uma ligada no liquidificador da minha vida e tudo começou a acontecer de uma vez.
Nem mil e-mails de auto-ajuda ajudariam em porcaria nenhuma, nem os preciosos conselhos de amigo (eu digo “preciosos”, não no sentido pejorativo, mas no real mesmo, porque estes eu verdadeiramente aprecio), nem nada que não fosse um auxílio divino no sentido literal da palavra, me ajudaria.
Não vem ao caso dizer os oques nem os porquês, porque não sou vítima de nada. Só estava lá por acaso no meio do liquidificador ligado, de lá pra cá e de cá pra lá, igual barata tonta sem saber o que fazer.
Foi aí que eu resolvi tirar as férias relâmpago e procurei uma terapia pra tentar lidar com tudo.
Aí é quando todo mundo se assusta.
Terapia? Você? Mas...Você estava ficando louca?
Bom, sei lá, deu na louca e eu fui.
Não por mim, mas pelos outros. Porque pra mim, todo mundo do meu lado estava precisando de ajuda e eu precisava ajudar todo mundo e sozinha eu não tinha como e fui neste intuito de ajudar todo mundo.
Mas quando eu cheguei lá a bendita terapeuta queria ouvir eu falar de mim. Ela só queria ouvir o que fosse ao meu respeito.
Poxa que raiva que eu senti!
Falar o que de mim?
Não há nada errado comigo Eu preciso falar de tudo o que está acontecendo, preciso de ajuda pra ajudar, será que nem essa “maria benedita” aqui me entende?
Bom, vamos aos finalmentes. Ela acabou escutando tudo, dei uma descarga no caminhão da minha vida em cima da terapeuta e ela me convidou a participar de uma terapia de grupo.
Mesmo com raiva do convite eu fui, afinal, o que é um peido pra quem já está cagado?
Pois é... Que vergonha!
Não, eu não descobri que o meu problema era infimamente menor diante do dos outros quando eles começaram a falar. Os problemas que eu estava enfrentando eram reais, tanto quanto o de todo mundo que estava presente. O problema é que antes eu não estava enxergando o óbvio. O óbvio que você vê e fala todo dia, lê todo dia em todo texto de auto-ajuda, o óbvio tão óbvio que chega a ser vulgar.
Eu tinha esquecido de cuidar de mim primeiro, que eu não posso resolver problemas sem soluções, que se eu não estiver bem eu não vou conseguir ajudar ninguém, enfim, o óbvio óbvio mesmo.
Eu nem sei se eu vou conseguir passar pra vocês o que eu consegui entender ali, porque eu vou acabar usando as mesmas palavras que todo mundo usa, que eu sempre li, que sempre julguei entender e vou correr o risco de ser piegas.
O fato é que a errada era eu, que eu não posso me sentir capaz de resolver tudo o que está ao meu redor e que por mais que existam fatores externos que influenciem na vida das pessoas que eu amo que as prejudiquem, se eu não tiver como mudar a situação e ficar querendo mudar de qualquer jeito a situação, a situação não melhorará. E aí ao invés de a pessoa que eu amo ser “uma” pessoa infeliz, seremos “dois” infelizes juntos. E se o número de pessoas que eu amo for maior e cada uma com problemas maiores que os dos outros, aí a festa de infelizes estará completa.
É tudo tão complexo e ao mesmo tempo tão idiota que chega a dar raiva de mim mesma.
De qualquer forma, nunca pensei que um mantra curtinho, bem com cara de final de reunião de auto-ajuda mesmo e que eu já havia ouvido tantas vezes em outras situações me ajudaria tanto:

Senhor:
Dai-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar,
Coragem para mudar as que posso,
E discernimento para separar umas das outras...

3 comentários :

Biajoni disse...

não acredito que vc não foi falar comigo!

Anônimo disse...

amiga...começo a me sentir ligeiramente culpada por sua tentativa frustrada e prejudicial a vc mesma de salvar o mundo...
t amo amiga...conta comigo... e eu prometo q tentarei cuidar melhor de vc tah...I'm really sorry...

Anônimo disse...

bah menina, hakuna matata, conselho óbvio mas inevitável.
Foi preciso um profissional pra você entender o que tenho tentado a mais de ano. Eu devia te cobrar descarada assim quem sabe você tivesse entendido tudo antes, só entendeu porque teve que gastar algum né. deixa que eu pago o próximo biscoito de polvilho!!!