Quem sou eu

Alguém que prefere usar as palavras à usar as pessoas.

terça-feira, setembro 05, 2006

Amor ativo e amor passivo

Minha intenção hoje, não é dissertar sobre conceitos de amor.
Mesmo porque o meu conceito de amor é complexo e variável e constantemente passa por processos de aprimoramento.
Queria na verdade falar das diferentes faces que o amor representa para quem o sente e para quem o recebe.
Culturalmente, costuma-se dizer que o que vale é a intenção, que na minha opinião, tratando-se de amor, realmente a intenção vazia não vale absolutamente nada.
O que se aproveita de um amor que não sai da irrealidade?
Que só existe para quem o sente?
Relevo que não cito aqui nenhum amor específico. Estou comentando sobre o amor sentimento, seja na relação homem-mulher, pais-filhos, ou qualquer outra forma de relacionamento interpessoal, ainda que presente num ínfimo ato de caridade.
Mas retornando; O amor quando é apenas sentido, representa o desperdício de uma sublimidade. Quantas vezes por demonstrações de amor que haviam-se encubados mudou-se destinos, vidas e até histórias, ou sendo menos hollywoodiana, salvou-se dias, uma festa, ou apenas provocou-se um sorriso. Embora triste, a não demonstração de amor ainda não é tão preocupante quanto as formas desvirtuadas que existem de se demosntrar o amor.
Indo pelo raciocínio de que: “se não ajuda, não atrapalha”; a omissão do amor pode não realizar grandes obras, mas pelo menos não prejudica o sujeito passivo do amor (o ser/a pessoa amada).
Infelizmente há pessoas que seria melhor que não amasse. Que possuem uma forma totalmente errônea de demonstrar o que sente, talvez por uma própria incapacidade de lidar com o que sente.
Pessoas que se apossam e decidem controlar a vida de quem ama, que só demonstram atitudes egoístas e interessadas em seu próprio bem estar, que não sabem dar carinho, liberdade, ter respeito e tantas outras atitudes fundamentais em uma relação de amor. Estas pessoas acabam se frustrando e não raro julgam-se incompreendidas e vítimas da situação.
Quando raramente caem em si e reconhecem que fizeram tudo errado, justificam-se dizendo coisas como “pelo menos eu tentei” e a já citada “o que vale é a intenção”.
Não menosprezando a importância de se compreender as dificuldades alheias, é impossível cerrar os olhos diante das conseqüências deste tipo de atitude.
Pessoas que recebem esse “amor”, que às vezes assemelha-se mais ao ódio, numa grande maioria tornam-se traumatizadas, fecham-se para a vida e até mesmo deixam de acreditar em relações saudáveis. Mais grave ainda é quando a pessoa sofre ou participa dessa relação de amor disfuncional em sua infância, antes da formação de seu caráter e acabam tornando-se pessoas rudes, agressivas ou até mesmo violentas, justificando-se com “estou fazendo isso para o seu bem” ou “porque eu te amo” e multiplicando as más conseqüências em seu meio ou transmitindo-as para as novas gerações.
Agora; Como evitar que ao amarmos, não multipliquemos o que há de ruim que trazemos em nossa bagagem da vida?
Muitas pessoas já tocam nesta tecla. Quem já não ouviu conselhos como: “Faça para o outro o que gostaria que fizessem pra você”? Ou ainda textos e dissertações que reforçam a importância do dialogo, da compreensão do respeito e etc, em uma relação.
Não discordo desses tópicos, apesar de reconhecer que na prática é sempre um pouco mais difícil. Mas dar a devida atenção a estas pequenas dicas é uma boa forma de pelo menos tentarmos demonstrar nosso amor pelo outro de uma forma mais saudável, sem sermos omissos ou sufocarmos demais.
E tentar lembrar sempre que:
O amor para quem sente, é o que se sente;
Mas para quem o recebe, é o que se demonstra...

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